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"Alguns
dados deixam qualquer profissional de marketing em estado de
alerta: 80% dos produtos lançados atualmente fracassam e 50% das
propagandas tradicionais não exercem nenhum efeito no processo de compra
do consumidor. O modelo tradicional de marketing está em crise."
Fonte: IPDOIS
Segundo
Marcelo Peruzzo, autor do livro "As três mentes do Neuromarketing":
"Você deve acreditar: Quando compramos produtos e serviços, somos
motivados por comportamentos de ordem animal, um estado inconsciente,
compra por impulso, não planejado, e que, naturalmente por meio de
abordagens tradicionais de pesquisas quantitativas e qualitativas não
podem ser alcançadas."
Você sabia que nossas decisões são bem menos
racionais que parecem? Com base nessa premissa profissionais de
Marketing e Neurociência se uniram para entender como funcionamos e como
tomamos nossas decisões de compra
1- Lembre-se: O cérebro funciona com
base nos sentidos (visão, audição, tato, olfato e paladar) e sente-se
atraído por coisas mais simples. A complexidade faz com que o cérebro
perca o interesse.
2- Consumir estimula os mesmos centros
de recompensa do cérebro que são ativadas pelo sexo, drogas, cigarro,
bebida e jogos de azar. Consumir dá prazer sim, pela liberação
principalmente de serotonina e dopamina no cérebro. Por isso devemos
ficar atentos para não gastarmos desnecessariamente.
3 – A decisão de compra também é
exercida predominantemente por componentes emocionais. Estamos
arriscados a cair na mesma armadilha que um delicioso pudim pode
significar. Prazer imediato e ‘peso na consciência’ mais tarde.
4 - Nosso cérebro sente-se mais atraído por formas arredondadas e curvas.
5- Nós compramos também quando o
sentimento de bem estar é estendido a pessoas que amamos. Por exemplo,
mostrar uma família prestes a entrar em seu imóvel novo ou carro zero
quilometro é praticamente infalível.
6 – Fique atento às diferenças, pois
estas diferenças tem base evolutiva. Homens são mais objetivos, diretos,
tem visão em túnel (usada nos primórdios para a caça). Para eles,
quanto mais simples e organizado, melhor. Afinal, você deve perceber a
dificuldade que seu marido tem em achar coisas que estão debaixo do
nariz dele.
7 – Já para elas, as coisas mudam. São
mais intuitivas, emocionais. Visão periférica mais aguçada (usada na
antiguidade para cuidar da prole) possibilita um gosto por coisas
dispostas de forma mais ‘livre’ onde possam mexer, trocar de lugar e
testar alternativas e combinações.
8 – As mulheres são 95% mais
propensas do que os homens a sofrer de um distúrbio chamado ‘oniomania’,
caracterizado por comprar compulsivamente. Em boa parte dos casos,
requer tratamento psicoterapêutico.
9 – Mensagens que contenham humor são
apreciadas pelo cérebro. A tendência em guardar a mensagem é maior.
Bebês e animais de estimação também são tiro certo. Lembra-se do sucesso
alguns anos atrás daqueles 'bichinhos' da marca do leite?
10 – Embora os meios virtuais estejam em
crescimento, para o cérebro nada substitui a experiência sensorial. A
grande maioria das pessoas ainda prefere manusear um livro, tocar a TV
que vai comprar e cheirar a fragrância do perfume que quer adquirir. Com
o tempo isso pode mudar, mas o quesito que estará em questão é um só:
facilidade.
11- Fique atento às cores. Elas possuem a
característica de estimular ou acalmar nossa atividade cerebral. Ou
acha que é coincidência as grandes redes de fast food terem cores
predominantemente ‘quentes’ como vermelho e amarelo e hospitais e
centros terapêuticos cores mais ‘frias’ como branco, verde e azul claro?
Em seu livro Neuromarketing Aplicado à Redação Publicitária, Lilian S. Gonçalves lista algumas dicas para que sua marca não passe despercebida.
Desperte os neurônios-espelho: quando você encara
alguém bocejando é quase inevitável bocejar também. Isso é resultado da
atuação dos neurônios-espelho. Uma campanha com alguém utilizando o
produto ou serviço tende a ser mais eficaz. As pessoas se projetam
naquele anúncio e se veem consumindo, como a imitação involuntária do
bocejo.
Enalteça os marcadores somáticos: o neuromarketing
revela que alguns consumidores se tornam fiéis a determinadas marcas não
só pelo produto, como pelo bom atendimento e valores compartilhados. Só
de bater o olho na marca do Mc Donalds, muitas pessoas sentem o
cheirinho de batata frita. Essas associações involuntárias são feitas
pelas lembranças felizes que elas passaram lá. As lembranças se tornam
marcadores somáticos desde que nascemos. O inconsciente traz uma coleção
infinita de lembranças que se tornam esses marcadores. Uma campanha de
publicidade com situações do dia a dia podem despertar a relação dos
marcadores somáticos de seus consumidores e pronto, a conexão está
estabelecida.
Traga os inimigos ao campo de batalha:
inconscientemente, o ser humano tem dois objetivos; manter-se vivo e em
segurança. Lutar e batalhar fazem parte dessa essência. Campanhas que
enaltecem inimigos e trazem soluções de combate tendem a ser mais
eficazes. Propagandas de desinfetantes, medicamentos, seguros de vida já
têm a faca e o queijo na mão para acertar em cheio o inconsciente das
pessoas.
Dê uma injeção de dopamina: o ato de compra libera
dopamina, uma das substâncias mais viciantes e sedutoras. O inconsciente
grava essa experiência prazerosa e aguarda ansioso pela sua nova
injeção. Em suma, muitas decisões de compra se baseiam em experiências
passadas, ou seja, marcadores somáticos.
Dê passagem ao marketing sensorial: marcadores
somáticos são aguçados por todos os nossos sentidos. O barulho da
latinha se abrindo, as gotas refrescantes da embalagem, o som do ronco
de um motor são alguns dos exemplos de ferramentas que aguçam o cérebro e
fazem os neurônios cantarem em coro “eu quero”.
Desafie o cérebro: a mente adora um desafio,
bom-humor e quebra-cabeça, mas não permanece nem três segundos tentando
decifrar uma mensagem. Seja direto e objetivo. Não dialogue com uma
carga excessiva de informações, pois, assim, estará estimulando o futuro
consumidor a pensar, ou seja, abandonar o inconsciente e racionalizar
sua compra.